Completamos um ano de pandemia e ninguém estava preparado para tamanhas transformações que surgiram diante dessa situação preocupante e inusitada.
Tivemos que nos adaptar para que a vida continuasse: com o surgimento da COVID-19
Fomos obrigados a mudar hábitos, comportamentos e principalmente o meio como convivemos entre amigos pessoais, de trabalho, familiares e clientes. Isso prova que diante de tamanhos recursos e tecnologias que temos ao nosso favor, o inesperado por pode surgir a qualquer instante. Tivemos que impulsionar mudanças: não estávamos preparados para enfrentar o atual cenário da pandemia: não tínhamos um manual de instruções para lidar com esse tipo de situação.
As mudanças de comportamento de consumo:
Nesse difícil momento de pandemia em que vivemos muitas pessoas e empresas passaram a compartilhar novas rotinas através das redes: o fluxo e a forma de se comunicar com os clientes tiveram que ser adaptados ao atual cenário e o virtual diminuiu as distâncias. Aqui no Brasil mesmo diante do crescimento das vendas on-line nem todos os clientes potenciais podem ter acesso ao virtual para fazer suas compras. Precisamos voltar décadas atrás para compreender melhor o atual momento. Até aqui o consumidor brasileiro comprava somente através das lojas físicas ou quando viajava para algum e trazia produtos do exterior. Lembro que na minha adolescência, mais precisamente final da década de 80 vários amigos de colégio eram assíduos fãs da banda Guns N`Roses e sonhavam em ter um par de tênis igual ao do Axl Rose. Sem as vendas online, tampouco a popularização da internet no Brasil que nessa época nem existia, era praticamente um sonho de todos.
A liberação da importação de produtos no início da década de 90 no Brasil foi um marco importante para mudança de comportamento de compras do consumidor, aliado ao advento da globalização e consequentemente o BOOM da internet poucos anos depois. As fronteiras de compras entre o consumidor brasileiro e países por todo o mundo a fora foram derrubadas.
Os Novos Hábitos
Décadas se passaram, produtos e hábitos de consumo mudaram e a forma de comprar também: hoje através das vendas on-line você pode conseguir mais vantagens e descontos em produtos tão especiais ou exclusivo, atém mesmo personalizados. Em 1994 o Brasil muda de moeda e o Plano Real vem com o intuito de estabilizar o mercado e a inflação desefreada que vivemos ate então. Essa proposta de estabilizar a moeda o Brasil tornou-se oportunidade de investimento para grandes marcas e potencias mundiais e de fato muitas vieram. Nas últimas décadas as facilitades de opçoes e compras vieram também: do jeito e tamanho que o consumidor quer em lojas on-line que estão espalhadas por todo o mundo, melhor? O consumidor pode conseguir condições de pagamento e valores muito mais atrativos que muitas vezes na loja da esquina da sua casa. Essa liberdade de escolha de compra é ótima, mas tem efeitos negativos, inclusive de monopólio. Eu sempre incentivo o consumo local, principalmente daquele pequeno empresário amigo seu até porque para ser microempresário no Brasil e ter que aguentar a enorme carga de impostos tem que ser Super-Girl ou Super Man – não é para qualquer um.
O inesperado cenário, comportamento e efeitos diante da Covid-19: tivemos que nos reinventar
Diante da atual realidade, o comportamento de permanecer em casa não significa mais motivo exclusivo de descanso e muitos encontraram oportunidade de trabalhar em casa, divulgar seus produtos, conceitos e obras. Estamos em fase de ter acesso mais fácil a conteúdos que antes eram pagos ou até mesmo nem existiam: a genial ideia das LIVES dos artistas começou com o cantor Chris Martin do Coldplay, que despretensiosamente ligou sua câmera em casa cantou e tocou para seu público através do Instagram.
A partir daí as LIVES que antes não eram popularmente um meio de aproximação entre músico e artista, tornou-se um novo canal de comunicação e eficiente para o atual momento. Estamos na era da facilidade de disseminação de conteúdo, mas não necessariamente com qualidade. Criar conteúdo é fácil, criar conteúdo que seja relevante principalmente entre marca e cliente não é tão simples assim. Facilmente encontramos até mesmo de forma gratuita conteúdos como: receitas, aulas, palestras, lives de artistas, entre outros não menos importante. Muitos artistas patrocinados ou não realizam lives para angariar doações para aqueles que precisam – esse é o caminho.
A nova relação entre marcas e clientes:
O sentimento passou ser o carro-chefe da comunicação entre marcas e clientes nesse período de COVID19. Humanizar as comunicações passou a ser foco com o intuito de aproximar suas relações com seus clientes e potenciais. Esse assunto de humanizar contatos entre marcas e clientes eu defendi em 2010 e publiquei aqui no Blog (pesquise aí – BRAND SENSE) inclusive foi abordado no meu primeiro livro lançado em 2014 – BE BRANDING. Estamos na fase da hiperconectividade onde através do virtual grandes marcas precisam se aproximar de seus clientes. Com o intuito de reduzir o número de funcionários demitidos muitas empresas conseguiram disponibilizar do trabalho remoto, mas infelizmente nem todos tiveram essa oportunidade. O efeito COVID-19 causou milhares de demissões e infelizmente o número de empresas que tiveram que fechar as suas portas é enorme. Por outro lado as vendas de serviços de assinatura e stremings aumentaram de acordo com os novos hábitos de isolamento: Amazon, Nettflix, Disney, Globo, Youtube, Deezer, Spotify entre outros. Segundo pesquisa recente da Conviva, empresa especializada em inteligência integrada de dados, os serviços de streaming cresceram 20% globalmente em março em comparação com os números de duas semanas anteriores. Na América Latina, os números saltaram 26,6% no período analisado. Outro padrão de consumo impactado, de acordo com a mesma fonte, foram os horários: a reprodução dos títulos durante o dia, das 10h às 17h, aumentou 40%. No Brasil, a plataforma Telecine Play foi além: registrou um crescimento de 400% no número de cadastros e um aumento de 100% no número de filmes assistidos desde o início da quarentena. O CEO da Telecine Brasil, Eldes Mattiuzzo, acredita em um novo padrão de consumo que perdurará mesmo depois da pandemia. “A nova relação com o tempo imposta pela Covid-19 também impulsionou o fator experimentação, que nos trouxe uma quantidade enorme de novos usuários e um perfil novo de público, com diferentes comportamentos”, diz ele. A Rede Globo também observou um relevante incremento na audiência de um dos seus programas anuais clássicos, o reality show Big Brother Brasil, cuja edição de 2020, veiculada também na plataforma de streaming da empresa, a Globo Play, foi um fenômeno de audiência. Segundo a empresa, “o programa bateu a marca de 100 milhões de horas de consumo na plataforma, um aumento de mais de 500% em relação ao BBB19. Em termos de consumo de conteúdo ao vivo, equivale a assistir 13 mil Copas do Mundo na íntegra”.
Contatos e comunicação precisaram se adaptar: engajamento é a palavra da vez
Estamos passando por uma fase de revolução digital. Pequenas, médias ou grandes empresas tiveram que se adaptar as novas realidades. Empresas e empresários que resistiam ao mundo on-line tiveram que se adaptar e engajar a essa realidade social, caso contrário, perderão mercado. Mais do que nunca, esse é o momento em que principalmente grandes marcas mundiais têm que estar ao lado dos seus clientes e potenciais com o intuito de ser participativa, colaboradora e companheira. Esse não é momento de falar em oportunidade para marcas, até porque vai significar oportunismo no pior sentido de concepção. A atual situação pede soluções humanas. O atual momento pede que marcas abracem seus clientes: ensinem, estimulem e incentivem hábitos para reduzir ao máximo o número de contaminados pela COVID-19 mundo afora. Humanizar não é apenas gastar milhões em propagandas com musicas leves e lindas, o atual cenário pede muito mais que isso. Saem na frente marcas que compartilham conteúdos e trabalham em ações para diminuir os custos financeiros ao consumidor final e tirem um pouco foco da lucratividade.
O foco do momento são vidas, não vendas
Outro detalhe não menos importante é que cliente tem memória: diante da atual situação estamos vendo quais são as grandes marcas, potencias internacionais que estão abrindo a carteira para fazer doações. O Brasil é um país precário e carente em todos os sentidos quando o assunto é assistência. O cliente está de olho quais são as grandes marcas que estão fazendo ações e doações em prol da comunidade. O momento é de pensar no coletivo e daqui há poucos anos surgirão grandes empresas que começaram na esquina, pelo fato de terem sido participativas e colaboradoras nessa atual momento de pandemia. Vejo pequenas empresas atuando com ações solidárias em prol do coletivo – essas certamente serão lembradas daqui por diante. E se o micro e pequeno empresário brasileiro que suporta tanta carga tributária consegue ser solidário – com as grandes marcas, potências mundiais não podem ser diferentes. Um efeito imediato da crise sanitária do novo coronavírus foi o aumento de doações do setor privado. Segundo o Monitor de Doações da Covid-19, da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, foram doados até agora R$ 6,481 bilhões por 548 mil doadores. Importantes e consideráveis números, mas a realidade do nosso país precisa de mais auxílio por intermédio de empresas privadas.
Devido aos impactos e consequências causados nesse atual momento, cabem as marcas manter relação de compreensão e empatia com seus clientes: é primordial fiscalizar se existem cobranças abusivas de produtos nos pontos de vendas. Saem na frente as marcas que entendem que diante do atual cenário precisam ter empatia, tolerância e flexíveis com seus clientes para que possam prolongar suas condições de pagamento.
Confira o Ranking das 100 marcas mais lembradas pelos brasileiros na pandemia da COVID-19:
![](https://brandtarget.wordpress.com/wp-content/uploads/2021/02/ranking.jpg)
Fonte: Instituto Croma Insights
Dentre as diversas ONG`s que atuam no Brasil para encarar os mais diversos problemas sociais que enfrentamos, temos um ótimo exemplo que é o Edu Lyra da ONG Gerando Falcões, uma das maiores referências no assunto em viabilizar ações sociais mediante parceria com empresas da iniciativa privada. Tive a oportunidade de assistir a sua palestra pela Fiesc, aqui em Florianópolis em 2019.
Essas ações de integração e parcerias entre marcas e iniciativa privada são importantes para o nosso Brasil, em prol das mais diversas necessidades que o nosso país enfrenta. Os diversos problemas sociais que enfrentamos no Brasil são sérios, decorrentes e não é exclusivo de um ou outro Governo. Faço questão de reforçar abaixo o link da ONG Gerando Falcões para que a sua marca possa contribuir, assim com muitas outras estão fazendo a sua parte.
Instagram: @gerandofacoes
O consumo consciente: diante do atual cenário é preciso incentivar e estimular novos hábitos
Deixa eu te fazer um pedido?
Um só…
Estamos vivendo o momento em que o consumo consciente está em alta. A questão aqui não é propor o que é certo ou errado, mas sim, ter a consciência de pensar no próximo.
Esse é o momento em que o pequeno e microempresário aí do lado da sua casa mais precisa de mim e de você. Assim como nós eles têm despesas a cumprir, contas a pagar, famílias para sustentar, funcionários para manter
Pior: no Brasil o micro e pequeno empresário não têm as mesmas vantagens das grandes empresas. A avassaladora carga tributária não perdoa o pequeno e médio empresário.
Então na hora de comprar, consumir ou contratar um serviço dê preferência para a pizzaria do seu bairro, para a loja de eletrônicos da esquina, faça um pedido de lanche do seu amigo, procure a peixaria do bairro ao lado, o mini mercado da rua da frente, dê preferência para a sua amiga ou amigo da área de vestuário, até mesmo os que fazem vendas on-line. Mais do que nunca esse é o momento de estendermos nossas mãos.
Você que precisa de produto de alto valor e com garantia (T.V. , geladeira, o que for….)
Dê preferência para o seu amigo que é vendedor ou gerente: ele também tem metas a cumprir para permanecer em seu emprego, contas e família.
Assim como eu e você todos acima também merecem momentos de férias e lazer.
Quanto as grandes marca, a situação é outra.
A premissa de sucesso no Marketing: negócio só é bom quando privilegia todos os lados: quem quer rir tem que fazer rir
Importantes e relevantes são os números de doações e ações solidárias que grandes marcas nacionais e internacionais estão investindo nesse momento de pandemia no Brasil.
Toda solidariedade é bem-vinda, ainda mais tratando-se de Brasil: mas que não seja o suficiente para estagnarem quando isso tudo passar, não parem por aí.
Não é de hoje que em todas as minhas publicações (2014, 2015, 2017 e 2019) eu finalizo com o mesmo pedido, mas de forma diferente. Grandes marcas abram as suas carteiras, se chacoalhar tem mais aí dentro: desde o descobrimento no ano de 1500 🇧🇷 nosso país precisa de investimentos em todas as áreas: educação, saúde entre outras.
Caso contrário o Marketing de Oportunidade mediante a pandemia de hoje será classificado amanhã como Marketing de Oportunistas: precisamos de vocês do 🌎 Terceiro Setor.
Cabem as grandes marcas investirem no que mais precisamos: as classes menos favorecidas que hoje ultrapassam 50% da população brasileira. Enquanto essa população não sobe na economia, enquanto não tiverem oportunidades e estrutura mínima infelizmente vamos continuar como estamos e a sua grande marca contente-se com os números que têm. Se cada grande marca puder investir 2% do seu faturamento, teremos um país melhor e mais próspero para todos.
![](https://brandtarget.wordpress.com/wp-content/uploads/2021/02/rubrica-2.jpg?w=228)
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